A FOTOGRAFIA (parte IIi)
- manuel botelho da costa
- 12 de out. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de out. de 2020
(apontamentos para as aulas da Universidade senior)
5 -A QUÍMICA FOTOGRÁFICA E O LABORATÓRIO
Neste capítulo e como aplicação, vai ser estudada a câmara estenopeica (vulgo “pinhole”), a partir da qual se podem efectuar fotografias analógicas e revelar negativos em papel.
5.1. Câmara Pinhole
O funcionamento da câmara é idêntico ao da câmara escura, sendo que a luz captada para dentro da câmara sofre um movimento de inversão e a imagem é projectada (invertida) na parede oposta ao orifício de entrada. Para se obter uma imagem nítida, a abertura deve ter um furo pequeno (< 0.5 mm). As câmaras pinhole necessitam de um tempo maior de exposição, devido à menor abertura, ao facto de não terem lentes e porque dependem ainda do material sensível (papel, película). Nota: a sensibilidade do papel é ISO 6.
Na câmara pinhole a distância focal e o diâmetro do furo são definidos quando da sua construção. Não havendo lentes, e como já foi referido, o tempo de exposição é bem maior que nas câmaras convencionais. Para determinar aquele tempo é possível usar tabelas ou aplicações APP (light meter).
5.2. Formação da Imagem no papel fotográfico
O papel fotográfico e o filme são revestidos por sais constituídos por moléculas de brometo de prata (AgBr). Estes sais, chamados haloides, são muito pequenos, não se conseguindo vêr a olho nu. Quando são sensibilizados pela luz, os sais reagem registando uma imagem latente, invisível, no papel. Para que a imagem seja visível, tem de ser revelada.
5.3. O Laboratório / A Revelação
A revelação deve ser executada numa câmara escura, apenas com uma luz vermelha de segurança. No processo de revelação usam-se três produtos – líquido revelador (R), líquido de paragem (S) e fixador (F). Para cada líquido usam-se tinas e pegadores diferentes e as tinas devem ser colocadas pela ordem indicada. O papel fotográfico deve ser sempre manuseado com os pegadores.

fotografia estonopeica (negativo)
5.3.1 - Revelação
O revelador tem a função de reagir quimicamente com os sais de prata constituintes do papel fotográfico. Ao processar-se a reação química, a fotografia vai surgindo no papel. O tempo desta fase deve ser de 2 a 4 minutos.
5.3.2 - Líquido de paragem
Passado o tempo da revelação, interrompe-se a reação passando a fotografia para o banho de paragem, o qual deve durar cerca de 30 a 60 segundos.
5.3.3 - Fixador
O fixador tem a função de dissolver os sais de prata do papel fotográfico que não foram sensibilizados; caso contrário e em contacto com a luz, iriam reagir e continuariam a escurecer o papel fotográfico. O tempo de fixação deve ser de 4 a 7 minutos.
5.3.4 - Lavagem / secagem
A lavagem do papel em água corrente elimina os subprodutos das reacções químicas. Esta operação deve durar entre 4 e 5 minutos e já pode ser efectuada com luz branca. A seguir as fotografias devem ser penduradas a secar.
5.4 - Do negativo ao positivo
A última fase é transformar o negativo em positivo. Não podendo usar o projector (como nos rolos de filme), faz-se uma prova de contacto, colocando uma folha de papel fotográfico em cima do negativo e pondo por cima uma placa de vidro. Feito isto, o conjunto deve ser exposto à luz, obtendo-se o positivo. Este deve ser revelado como no caso anterior.
Nota: também se podem usar as novas tecnologias, utilizando um scanner e um programa de edição.
camara pinhole (de rolo) rolos com sporte em gelatina
6. - A CÂMARA FOTOGRÁFICA E A EXPOSIÇÃO
6.1. Objectiva
6.1.1. Diafragma
Tipo de obturador que regula a entrada de luz.
Nota: a abertura (f) obtém-se, dividindo a distância focal pelo diâmetro da abertura (f=df/a).
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